Porto, quanto mais velho (e novo), melhor

A minha rotina é semelhante à de muitas outras pessoas que vivem no Porto. Diariamente percorro um trajeto que me leva de casa à Baixa. Chegar ao centro da cidade que me viu crescer e que hoje anda nas bocas do mundo, enche-me de orgulho e faz-me pensar em como o Porto mudou e se manteve igual, de certa forma.

Deixámos os prédios devolutos para trás e mostrámos uma nova cidade, sem nunca esquecer a sua história. Trouxemos novas marcas e novos retalhistas, sem deixar de cuidar dos mais tradicionais e antigos. Recebemos pessoas de todo o mundo de braços abertos, sem nunca os fechar para quem cá vive. 

Nos últimos anos, o Porto cresceu e viu crescer. Somos hoje o principal destino da Europa, para os World Travel Awards, e recebemos mais de seis milhões de turistas por ano. Revitalizámos o centro da cidade, dinamizámos o mercado imobiliário e estamos a melhorar as nossas infraestruturas. 

A Baixa é hoje o coração da cidade, que permite que tudo o resto ganhe vida. Entramos na Rua de Santa Catarina, uma das artérias com maior afluência em todo o país, que concentra a maioria das lojas da Baixa e onde as rendas mais valorizaram nos últimos anos, a rondar os 75€/m2, e encontramos tudo o que procuramos. Uma rua marcadamente mass market onde algumas marcas internacionais se têm vindo a instalar como, mais recentemente, a Primor e a Normal, mas onde continuamos a poder tomar um Chá no centenário Café Majestic.

Na zona envolvente, encontramos os sítios mais emblemáticos da cidade, revitalizados, e novos projetos que prometem trazer ainda mais vida a esta zona histórica. A requalificação do Mercado do Bolhão que foi, inclusivamente, distinguida pelo prémio internacional Urban Land Institute é um marco importante para a cidade. Este mercado histórico que traz tão boas memórias a quem sempre viveu na invicta, ganhou no ano passado uma nova vida, contribuindo para uma maior oferta no comercio de rua, no segmento de F&B. Na mesma rua convivem, lado a lado, a loja histórica Pérola do Bolhão e o moderno Delta Café, com o conceito Manteigaria.

O histórico Edifício A Nacional, localizado na Avenida dos Aliados, que foi agora reabilitado, passando a chamar-se Aliados 9, vem contribuir para a consolidação desta avenida ao nível do retail prime, com rendas acima dos 50€/m2. Este projeto residencial de luxo, integra cinco lojas, ideais para marcas internacionais que procuram visibilidade numa avenida que conta já com a presença de marcas de luxo como a David Rosas, Burberry, TOD’S e Zegna.

A Baixa do Porto é hoje conhecida como um centro comercial a céu aberto, onde nos cruzamos com pessoas de todo o mundo: turistas que visitam a cidade e fazem as suas compras, portuenses que por ali trabalham e músicos e artistas de rua. 

Há também projetos imobiliários que nos têm vindo a permitir trabalhar o comércio de rua de forma estruturada. O Bonjardim, um conceito inovador e exclusivo que faz da vida urbana uma casa, é um bom exemplo. O projeto integra uma grande área comercial, que responderá às necessidades das pessoas que ali vivem e passeiam, com um tenant mix abrangente, mas organizado.

Sem esquecer também o tão desejado TimeOut Market Porto na estação de São Bento, uma obra que ficou a cargo do conceituado arquiteto portuense Eduardo Souto Moura e que será concretizada em breve.

Tudo isto só é possível porque existe também vontade da autarquia e dos portuenses em fazer melhor. Os investimentos em infraestruturas, as obras do metro para melhorar os níveis de acessibilidade da cidade, e a preocupação em dinamizar o comércio mantendo a autenticidade e tradição da cidade, revelam um Porto que quer crescer de uma forma consciente e sustentável. À semelhança do vinho a que esta cidade dá o nome, o Porto soube envelhecer e quanto mais velho (e novo), melhor.